domingo, 29 de abril de 2018

Mãe



Mãe, como podem dizer que tens um dia no ano dedicado a ti!?
Mãe, sem ti não haveriam dias.
Mãe, sem ti não haveriam anos.
Mãe, sem ti não haveria vida.

Mãe, eles não sabem o que dizem...

Mãe, a minha vida é a tua continuidade.
Mãe, os meus genes, são os teus genes.
Mãe, os traços que definem a minha feição, são os teus traços.
Mãe, o meu sorriso é o teu sorriso.

Mãe, eles não sabem o que dizem...

Mãe, sem ti não seria eu.
Mãe, a minha existência é a continuidade da tua existência.
Mãe, és única e insubstituível.
Mãe, tu. Só tu. E sempre tu.

Gratidão à vida que me deu vida!

Margarida


sábado, 28 de abril de 2018

Tanto!



Ao som da chuva te escrevo.
Não, ao som da chuva te sinto.
Tanto! Que te passo para o papel.

É nestas alturas que a caneta se torna a minha melhor aliada.
Só ela me entende.
Só ela me exprime.
Só ela me sente.
Tanto! Que nos tornamos extensão uma da outra.

A tinta desliza no papel, deixando o seu rasto.
De forma que fique registado para a eternidade o que lhe digo.
Talvez ela ache importante o que me sente.
Algo que não se mede nem se toca.
Apenas se sente.
Tanto! Que transborda nos olhos em forma liquida.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Como está a tua coroa?



Vida!
Uma palavra.
Quatro letras.
É tudo.
Pode ser nada.
 
O que lhe dá sentido?
O que nunca poderás permitir nela?
Qual o seu período de duração?
 
Vida é o período que decorre entre a chegada e a partida. Depois da chegada, a única certeza que tens, é que um dia irás partir. A partir do momento que tens consciência de que a partida é certa, começas a ter uma extrema dificuldade em abstraíres-te desse facto.

São apenas dois dias. Um em que chegas e o outro em que partes. Entre esses dois tens uma incógnita deles. E é nesse intervalo que tens a possibilidade de fazer valer a tua vida. Um intervalo que dura uma vida. Com essa vida podes fazer tudo. Tens o total poder nas tuas mãos. Quando tens consciência de que a tua vida é um reinado, o teu reinado, e que tu és o rei desse reinado, não mais te vais preocupar com o dia da partida. Porque vais fazer com que o teu reinado seja pleno.

terça-feira, 28 de novembro de 2017

A menina dança?


 
 
A Grande Ciência Sagrada, como lhe chamavam os Magos, é algo que assusta a alguns e desacredita a outros. Ou ainda poderemos referir-nos a ela como Maya, a ilusão do mundo físico. Eu gosto de apelidá-la de dança. Dança da magia. 

Numa dança há que conhecer as técnicas, os passos. De forma a que esta saia de forma harmónica e coordenada. Ritmada ao compasso da música. De forma espontânea e sentida. Sem forçar a nada. Na dança da magia da vida não é diferente. 

quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Então, ela sorriu...


 
Ela era tímida.
Introvertida.
Sentia que não fazia parte desta realidade.
Deste mundo.
Desta sociedade.
Não se encaixava em grupos.
Culpava-se por tal.  

Os outros pouco lhe diziam.
Cada vez que procurava alguém, era devolvida a si própria.
Sempre que procurava apoio em algo ou noutrem, desmoronava.
Cansou-se.
Recolheu-se.

Acreditas-te?



 
 
Eu acredito que tudo está certo. Tudo está sempre certo. O cenário real pode não ser o idealizado, mas é o que é necessário para o nosso processo. Nem sempre é fácil a percepção e aceitação. Porque implica trabalhar com emoções. Implica ir às entranhas mais profundas e fazer grandes catarses. Implica olhar as nossas sombras. Aceitá-las e integrá-las. Tudo isto se parece com uma grande nuvem negra a pairar sobre nós. Que nos persegue por um tempo indeterminado. Assola-nos a hipótese dessa perseguição ser por ad aeternum 

Essa hipótese não passará de uma hipótese, no preciso momento em que te acreditares. Em que perceberes que tens o poder em ti para evaporar essa nuvem. Que o destino dessa nuvem és tu quem o decide. Que ela representa apenas um medo que ainda não quiseste enfrentar. No preciso momento em que o fizeres, ela diminuirá de tamanho, proporcionalmente à força e garra com que enfrentares o teu medo.  

Que essa nuvem só existe na tua mente. No momento em que ordenares ao teu intelecto para lhe fazer frente, o cenário inverte. Resgatas o teu poder. Aquele que sempre tiveste. Mas em que alguma altura da tua vida, ou por alguma razão específica, o perdeste. Ou talvez te tenhas esquecido apenas que o tens. Podes tê-lo deixado fechado à chave na cave da tua vida. E quiçá perdeste a chave. Ou podes mesmo tê-la dado a outrem. 

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

O que vêem os teus olhos?


 
 
O que vêem os teus olhos?
O que é tão óbvio na tua vida, que ainda não conseguiste ver?
Porque foges do espelho do teu olhar? 

O olhar segreda os nossos mais íntimos segredos. Os lábios podem ludibriar o significado do olhar. O silêncio das palavras pode tentar omiti-lo. Mas o seu brilho emite uma linguagem universal. A linguagem da verdade. A expressão da alma.
 
No silêncio das palavras fazem-se longos discursos. Dizem-se palavras. Expressam-se emoções. Expressam-se sentimentos. Que talvez nunca sejam ditos pelos lábios. Que talvez o intelecto nunca tenha a coragem de os manifestar de outra forma. De uma forma audível. Porque desta forma eles ficam graciosamente elevados. A intensidade vivida é inalcançável com a linguagem das palavras.