Ela era tímida.
Introvertida.
Sentia que não fazia parte desta
realidade.
Deste mundo.
Desta sociedade.
Não se encaixava em grupos.
Culpava-se por tal.
Os outros pouco lhe diziam.
Cada vez que procurava alguém, era
devolvida a si própria.
Sempre que procurava apoio em algo
ou noutrem, desmoronava.
Cansou-se.
Recolheu-se.
Procurou conhecimento.
Tudo a encantava.
Nada esperava.
Tudo apreciava.
Descobriu o verdadeiro mistério da vida.
Ser ela própria.
Em várias fontes.
Umas faziam-lhe sentido.
Outras nem tanto.
Construiu a estrutura do seu conhecimento.
Ganhou sabedoria.
A sua estrutura ganhou consistência.
Pouca coisa a incomodava.
Sentia-se bem em qualquer lugar.
Com quem quer que fosse.
Tudo isto porque passou a sentir-se
bem consigo própria.
Então, ela sorriu.
Porque percebeu que a sua felicidade
dependia apenas dela mesma…
Margarida
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