quarta-feira, 22 de novembro de 2017

O que vêem os teus olhos?


 
 
O que vêem os teus olhos?
O que é tão óbvio na tua vida, que ainda não conseguiste ver?
Porque foges do espelho do teu olhar? 

O olhar segreda os nossos mais íntimos segredos. Os lábios podem ludibriar o significado do olhar. O silêncio das palavras pode tentar omiti-lo. Mas o seu brilho emite uma linguagem universal. A linguagem da verdade. A expressão da alma.
 
No silêncio das palavras fazem-se longos discursos. Dizem-se palavras. Expressam-se emoções. Expressam-se sentimentos. Que talvez nunca sejam ditos pelos lábios. Que talvez o intelecto nunca tenha a coragem de os manifestar de outra forma. De uma forma audível. Porque desta forma eles ficam graciosamente elevados. A intensidade vivida é inalcançável com a linguagem das palavras. 
É fácil embalar nas palavras inaudíveis de um olhar. De um brilho que nos envolve a alma. Que nos eleva a um nível só nosso. Inatingível aos mais distraídos. E por lá ficamos embalados numa troca de mensagens visuais, que só os intervenientes entendem. Só eles sabem onde estão. Só eles se permitem lá estar. Sem tempo. Sem espaço. Sem! Apenas porque se encontram a viver a intensidade do silêncio de um olhar. 

Os teus olhos vêem o que tu quiseres que eles vejam. Tanto poderão ver a secura no oceano. Como conseguirão ver a beleza de um árido deserto.  

O mais óbvio é aquilo a que mais resistes na tua vida. Aquilo que mais se repete e continuas a não querer perceber porquê. Então os teus olhos fecham-se a essa realidade.

Fugir do espelho do teu olhar, é fugir da tua verdade.
 
Margarida

Sem comentários:

Enviar um comentário

A vida é feita de partilhas. Deixe a sua opinião.